Nas últimas semanas, uma série de fatos aparentemente não relacionados mostraram claramente que as pessoas ainda precisam aprender muito sobre o valor da sua imagem, bem como o impacto negativo de suas atitudes sobre este valor.
Inicialmente, podemos citar um caso ocorrido no esporte, com a nova prisão do golfista Tiger Woods, desta vez por dirigir embriagado nos Estados Unidos. Woods, golfista famoso que por muitos anos ostentou o lugar de número 1 do ranking mundial e que já foi patrocinado por algumas das marcas mais famosas do mundo, como por exemplo Tag Heuer e Gatorade, perdeu muitos patrocínios por conta de diversos escândalos que protagonizou.
Outro caso que ganhou repercussão foi o da médica que fotografou prontuário de paciente de hospital e postou a foto em sua rede social, com o objetivo de zombar do nome da paciente, que é incomum. Tal conduta gerou repúdio e o afastamento imediato da profissional de suas funções no hospital, além de abertura de sindicância por parte do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, bem como a promessa de processo indenizatório pela família da paciente.
No outro extremo, foram muitas as notícias de artistas, que até então eram contratados para fazer propaganda para as empresas do grupo JBS, envolvida em escândalos de corrupção, que rescindiram seus contratos por não mais querer associar suas imagens à marca que hoje não é mais lembrada por seus produtos e sim por seus malfeitos.
Em todos os casos, algo em comum. A reputação abalada, a imagem deteriorada e o prejuízo financeiro. Tiger Woods perdeu seus patrocínios, a médica perdeu seu emprego e certamente encontrará dificuldades em se recolocar dada a repercussão do caso, e a empresa que apostava em rostos famosos para expor seus produtos já não encontra mais pessoas dispostas a vincular suas imagens a ela.
Para os profissionais, mesmo aqueles que não são notórios como artistas e esportistas, cuidar da imagem é fundamental. O uso indiscriminado das redes sociais muitas vezes é feito naqueles momentos em que estamos com raiva por qualquer situação cotidiana e falamos o que não deveríamos (ou postamos o que não deveríamos), trazendo arrependimento quase que imediato e danos irrecuperáveis.
Mesmo que, após perceber o erro em uma postagem, ela seja apagada, ela já pode ter sido reproduzida e aí é impossível deter o que hoje se chama de viralização. O que pode parecer em princípio uma piada ou comentário bem humorado, pode ser interpretado como agressão ou ofensa, e o autor possivelmente passará o resto de sua vida tentando se explicar.
A internet e as redes sociais podem ser uma ferramenta valiosa para expor as virtudes de um profissional, mas também podem ter efeito devastador se usadas de forma impensada. Um exemplo, desta vez não tão recente, é o do jogador de futebol que teve sua contratação anunciada pelo São Paulo Futebol Clube e cancelada após a torcida ter vasculhado suas redes sociais e encontrado postagens ofensivas ao clube feitas anos antes daquela data.
Por último, deve-se refletir que os atos de um profissional também atingem a instituição para a qual ele trabalha. No caso da médica que citamos acima, o nome dela em todas as manchetes de jornal veio acompanhada do nome do hospital onde trabalhava, levando à impressão de que não havia regras para coibir aquela conduta na instituição. Cabe também mencionar o caso do Boa Esporte Clube que, ao decidir contratar o goleiro Bruno, recém libertado após cumprir alguns anos de prisão pelo assassinato da mãe de seu filho, perdeu diversos patrocinadores que não queriam aquele atleta vestindo um uniforme com seu logotipo.
É muito importante lembrar que passamos anos construindo nossa reputação, e que podemos arruiná-la em um único clique.
O Pittelli Advogados Associados possui um programa de gestão de risco de imagem profissional e empresarial, com implantação de políticas internas e treinamento de funcionários, visando mitigar o risco de exposição negativa com os consequentes prejuízos dela decorrentes.